segunda-feira, 30 de julho de 2012


Droga pode desmascarar HIV escondido em células humanas

Por: Rafael Garcia
Fonte: Folha.com


Uma droga que normalmente é usada contra o câncer conseguiu ajudar pacientes infectados pelo HIV a combater um dos problemas que mais desafiam cientistas na busca de uma cura para a Aids: a habilidade do vírus de ficar quieto e se "esconder".
O resultado do teste do medicamento, o vorinostat, foi apresentado hoje por pesquisadores da Universidade de Carolina do Norte na Conferência Internacional da Aids, realizada em Washington.
Oito pacientes virtualmente "curados" pela terapia antirretroviral, já usada rotineiramente contra o vírus da Aids, tomaram uma dose da droga anticâncer e descobriram que, na verdade, ainda tinham o HIV em estado latente em algumas células.
Editoria de Arte/Folhapress
Esse estado inerte do vírus já era conhecido dos cientistas. É justamente essa habilidade do HIV que impede os medicamentos disponíveis de eliminarem a infecção de vez.
Quando o vírus se aloja dentro de uma célula do sistema imune e deixa de usar seu material genético para fazer proteínas, os remédios antirretrovirais não conseguem atingi-lo. Tirar o paciente da terapia, porém, é perigoso, pois o vírus latente sempre pode se reativar mais tarde.
SEM SOSSEGO
Por isso os soropositivos precisam sempre fazer exames para medir a carga de vírus em seu sangue, mesmo que tenham se livrado da maior parte da infecção.
O vorinostat "obrigou" os vírus escondidos a começarem a produzir cópias de trechos de seu material genético, que é formado por RNA, e não por DNA. Isso parece ter alertado células de defesa do organismo, que teriam destruído as células infectadas.
Segundo David Margolis, médico que liderou o estudo, isso pode ser o primeiro passo para atingir uma cura real. O efeito verificado com o primeiro teste do vorinostat, porém, foi muito sutil, porque os cientistas usaram apenas duas doses pequenas da droga (200 mg e 400 mg), que é bastante tóxica.
"Agora precisamos investigar isso em um estudo com doses múltiplas ou, no futuro, com drogas melhores que façam a mesma coisa", diz.
Margolis detalha os resultados do teste em um estudo na revista "Nature". Em outro artigo na mesma edição, Steven Deek, infectologista da Universidade da Califórnia em San Francisco, comenta a descoberta.
"O estudo é a primeira evidência de que talvez seja possível atingir a cura assim", afirma, apesar de questionar se as células sequestradas pelo vírus inerte serão mesmo eliminadas pelo organismo.
Deek também se diz preocupado com a possível necessidade de usar grandes doses da droga para obter algum efeito, pois ela é tóxica.
Margolis, porém, acha improvável que as doses em uma eventual terapia para desentocar o HIV precisem ser tão altas quanto as do tratamento de câncer. Para ele, será preciso até evitar que o remédio não seja muito usado.
"Pode ser que aumentar muito a expressão do RNA viral seja ruim, porque aí ocorreria um novo espalhamento da infecção, em vez de a droga apenas desentocar os vírus escondidos", diz.

terça-feira, 24 de julho de 2012


Estudo revela mecanismo que faz câncer se espalhar


Por: Reinaldo José Lopes
Fonte: Folha.com


Uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo brasileiros do Hospital A.C. Camargo (SP), pode ter dado um passo importante para bloquear o insidioso processo por meio do qual o câncer se espalha pelo organismo.
Eles mostraram que uma espécie de bolha microscópica, que lembra uma "minicélula", é capaz de carregar as sementes de um novo tumor para partes distantes do corpo, preparando essas áreas para receber a doença.
Editoria de Arte/Folhapress
Se for possível bloquear a ação dessas "bolhas", os médicos teriam em mãos uma defesa importante contra a metástase, como é conhecido o espalhamento do câncer pelo organismo do doente.
A quantidade e o conteúdo das "minicélulas" também poderiam trazer pistas importantes sobre a gravidade de determinado câncer e sobre a resistência do tumor a medicamentos, explica a bioquímica Vilma Martins, pesquisadora do A.C. Camargo. "Pode ser uma ferramenta muito poderosa para os oncologistas", afirma ela.
Martins assina um estudo sobre o tema que acaba de ser publicado na revista científica "Nature Medicine". A equipe de cientistas, coordenada por David Lyden, da Faculdade Médica Weill Cornell, em Nova York, identificou sinais intrigantes do papel das "bolhas" -conhecidas tecnicamente como exossomos- num câncer que costuma afetar a pele, o melanoma.

UM CORPO QUE SAI
Os termos gregos que formam a palavra "exossomo" podem ser traduzidos exatamente da maneira acima: "um corpo que sai" da célula, como uma espécie de mensageiro, de acordo com o que pesquisas recentes mostram. "É uma área de pesquisa bastante nova", diz Martins.
Os exossomos se formam no interior das células e apresentam uma membrana composta por uma camada dupla de gordura -exatamente como a membrana das células "verdadeiras" (veja quadro).
Em seu interior, podem carregar vários tipos de molécula, inclusive material genético. Atravessam com facilidade a membrana das células e levam essa carga para outras células. "Parece um método eficiente de sinalização celular", explica Martins.
O problema é que, como mostrou o trabalho da bioquímica e seus colegas, essa sinalização pode ser facilmente usada para o mal. Em pessoas com melanoma, por exemplo, os exossomos produzidos carregam uma quantidade maior de proteínas ligadas ao câncer quando o tumor da pessoa é mais grave.
Quando injetadas em camundongos junto com células tumorais, as "minicélulas" facilitaram a formação de tumores, carregando substâncias que ajudam a recrutar células formadoras de vasos sanguíneos.
É que os cientistas apelidam de "criação de nicho" para o tumor: um local cheio de nutrientes trazidos pelos vasos para que o vilão possa crescer. E os vasos também ficam mais permeáveis -o que facilitaria a penetração das células tumorais. O desafio, agora, é aprender a bloquear o processo.

quinta-feira, 12 de julho de 2012


Grupo traça perfil genético do povoamento das Américas


Fonte: Folha.com

Por: REINALDO JOSÉ LOPES



O mais detalhado retrato da diversidade genética dos indígenas americanos até agora sugere que três migrações distintas foram responsáveis por povoar as Américas antes de Colombo.
A pesquisa que aponta nessa direção está na prestigiosa revista científica "Nature" e teve colaboração de quatro brasileiros, entre eles Tábita Hünemeier e Maria Cátira Bortolini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Jefferson Rudy/Folhapress
Quarup, cerimônia intertribal realizada no Xingu em homenagem aos mortos no Parque Indígena do Xingu (Jefferson Rudy/Folhapress)
Quarup, cerimônia intertribal realizada no Xingu em homenagem aos mortos no Parque Indígena do Xingu (Jefferson Rudy/Folhapress)
Os cientistas analisaram quase 400 mil variantes de uma única "letra" química do DNA, a partir de amostras do genoma de 52 povos nativos, entre eles caingangues e suruís do Brasil, por exemplo.
A comparação dessas variantes nos indígenas com as versões de outros povos do mundo permitiu mostrar que, conforme o esperado, a maior parte do genoma dos nativos das Américas foi legado por imigrantes vindos da Sibéria, há pelo menos 15 mil anos.
No entanto, os esquimós e outros povos do Ártico parecem ter herdado cerca de 50% de seu DNA de outra onda, mais recente, vinda da Ásia. E um povo canadense, os chipewyan, derivam 10% de seu genoma de uma terceira onda, estimam os cientistas.
Em entrevista à revista "Pesquisa Fapesp", Tábita disse que os dados deverão inspirar estudos sobre o povoamento da Amazônia, por exemplo. (reinaldo josé lopes)

domingo, 24 de junho de 2012


Desmate na mata atlântica cai 58%; restam 7,9% da área original


Se a mata atlântica tem inimigos, boa parte deles está em Minas Gerais. Cerca de metade dos 13,3 mil hectares desmatados nesse bioma em 2011 está em terras mineiras.
Os dados são do "Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica", divulgado ontem pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O desmate total na região da mata atlântica --vegetação de florestas, de mangues e de restingas (cobertura vegetal rasteira próxima ao mar) que aparece em 17 Estados do país-- equivale a mais de 13 mil campos de futebol.
Além do destaque para Minas (com 6.339 hectares a menos), há também a Bahia (4.493 hectares).
O número total caiu 58% em relação ao levantamento de 2010, quando o desmate atingiu 31,19 mil hectares.
A queda foi mais acentuada no Sul e Sudeste do país.
São Paulo, por exemplo, teve 216 hectares a menos de cobertura vegetal em 2011 --o que é metade do desmate detectado no ano anterior.
Mas há poucos motivos para comemorar. "A maior parte do desmate em São Paulo está justamente onde fica a maior parte do que sobrou da mata atlântica, como no Vale do Ribeira", alertou Marcia Hirota, diretora de gestão do conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica.
É lá que fica, por exemplo, Sete Barras, município recordista na redução da cobertura, com 33 hectares a menos.
"Além disso, mudanças na legislação, como o novo Código Florestal, podem acelerar o desmatamento", disse Mario Mantovani, diretor de mobilização da SOS.
Hoje, a mata atlântica conta com apenas 7,9% da sua área original. Com otimismo, ou seja, considerando resquícios isolados de mata atlântica com mais de três hectares, o número chega a 13,32%.
A ideia, de acordo com Mantovani, é acompanhar de maneira ainda mais detalhada a evolução da cobertura vegetal depois da mudança do Código Florestal, vetado só em parte por Dilma.
"Vamos ver por satélite os impactos da mudança na lei."

CINCO PIORES
Entre os cinco municípios que mais desmataram, três são de Minas Gerais. Eles compõem o que os analistas chamaram de "Triângulo do Desmatamento" (em alusão ao Triângulo Mineiro) e estão na região nordeste do Estado.
Águas Vermelhas, uma das pontas do triângulo, foi a recordista, com 1.367 hectares de vegetação cortada.
De acordo com Mantovani, um dos motivos que tem alimentado o desmate na região é a produção de carvão.
Outro problema, segundo ele, é o fato de o Estado ter retirado a proteção à chamada mata seca, uma das subdivisões da mata atlântica. Isso teria aberto a porteira para mais desmates.
O levantamento do atlas cobriu 93% da área do bioma (basicamente o que não estava coberto por nuvens).
A ideia agora é disponibilizar os dados para avaliação de governos e dos Ministérios Públicos dos Estados.

Estudo revela como insetos minúsculos sobrevivem à chuva


O corpo minúsculo e extremamente leve do mosquito cumpre papel chave para a sobrevivência do inseto quando voa na chuva, segundo cientistas americanos.
A equipe, do Georgia Institute of Technology, na Georgia, Estados Unidos, filmou colisões entre insetos e gotas de chuva.
O filme mostrou que seus corpos oferecem tão pouca resistência que, em vez de a gota de água parar repentinamente, o mosquito simplesmente 'pega carona' na gota e os dois continuam a cair juntos.
Os pesquisadores descrevem sua investigação na revista científica "Proceedings of the National Academy of Science".
Além de ajudar a explicar como insetos sobrevivem em ambientes molhados, o estudo pode, no futuro, ajudar pesquisadores a projetar minúsculos robôs voadores que são tão impermeáveis aos elementos quanto os insetos.
"Espero que isso faça as pessoas pensarem sobre a chuva de forma um pouco diferente", disse o líder da equipe, David Hu.
Georgia Tech /BBC
Pequenos insetos são capazes de sobreviver ao impacto com gotas de chuva, segundo experimento
Pequenos insetos são capazes de sobreviver ao impacto com gotas de chuva, segundo experimento

"Se você é pequeno, ela pode ser muito perigosa. Mas parece que esses mosquitos são tão pequenos que estão seguros".

TAI CHI
Hu quer entender todos os "truques" que insetos minúsculos usam para sobreviver.
Após várias tentativas do que ele descreve como o jogo de dardos mais difícil da história, ele e seus colegas conseguiram atingir mosquitos voadores com gotas de água e filmar o resultado.
Cada gota tinha entre duas e 50 vezes o peso de um mosquito, então o que os cientistas viram os deixou surpresos.
Descrevendo os resultados, Hu citou a arte marcial chinesa Tai Chi.
"Existe a filosofia de que se você não resiste à força do seu oponente, você não vai senti-la", ele explicou.
"É por isso que eles não sentem a força, simplesmente se unem à gota, (os dois) tornam-se um e viajam juntos".
Quando um objeto em movimento se choca contra outro, a interrupção repentina do movimento produz a força destruidora. Por exemplo, quando um carro viajando a 50 km por hora atinge uma parede, a parede e o carro têm de absorver toda a energia carregada pelo carro em movimento, provocando estragos.
O truque, para um mosquito, é que ele provoca pouquíssima ou praticamente nenhuma diminuição na velocidade da gota e absorve quase nada de sua energia.
Para o pequenino mosquito, no entanto, o drama não termina quando ele sobrevive à colisão com a gota.
Ele ainda tem de escapar do casulo de água antes dele se arrebente contra o chão, a mais de 32 km por hora.
Nesse ponto, entra em ação uma outra técnica de sobrevivência do inseto: os pelos que cobrem seu corpo são impermeáveis à água.
Todos os mosquitos estudados pela equipe americana conseguiram se separar da gota de água antes de ela atingir o solo.

Calcule a pegada ecológica dos seus deslocamentos
Quase toda atividade do dia a dia contribui para a emissão de gases com efeito estufa na atmosfera. Entre elas os principais vilões são o consumo de produtos importados e a produção de lixo.
As emissões de carbono de uma pessoa comum são relacionadas principalmente ao consumo de eletricidade e combustíveis, por isso, o transporte é um maiores geradores de pegada individual.
A pegada de carbono é uma medida da quantidade de dióxido de carbono (C02) e outros gases com efeito estufa (GEE) que uma pessoa ou atividade produzem. A calculadora abaixo fornece um valor aproximado da sua emissão de carbono referente ao deslocamento. O cálculo, no entanto, deixa de fora o carbono gerado por outras atividades, como alimentação e consumo.
A calculadora não trabalha com dados sobre o consumo e alimentação porque eles são menos exatos. Pouca gente sabe quantos litros de lixo produz por dia ou quantos produtos importados consome, por exemplo.
"As variáveis utilizadas são aquelas que podem ser calculadas com grande precisão pois os fatores de emissão de carbono são bem conhecidos na literatura científica", explica Magno Castelo Branco, presidente da ONG Iniciativa Verde. "Há um consenso de que a queima de um litro de óleo diesel gera 2,68 kg de CO2 e o 1 KWh de eletricidade produzido no Brasil tem um fator de emissão publicado pelo governo brasileiro, que varia conforme o dia", conta.
Algumas calculadoras de carbono incluem variáveis relacionadas ao estilo de vida, como o consumo de alimentos importados e o tipo de carne que a pessoa mais come. Essas variáveis são se grande impacto na pegada de carbono - ao trocar um filé de carne bovina por um filé de frango você emite cinco vezes menos carbono na atmosfera - mas acabam deixando o cálculo caseiro menos exato.

sábado, 16 de junho de 2012



Cientistas decifram genoma do bonobo, o grande macaco 'sexy'



Autor: Reinaldo José Lopes
Fonte: Folha.com

Assunto: Genética; DNA; Comportamento; Símios.
Famoso por viver em uma sociedade relativamente pacífica, dominada pelas fêmeas e na qual o sexo é tão comum quanto bater papo entre humanos, o bonobo ou chimpanzé-pigmeu (Pan paniscus) acaba de ter seu genoma (o conjunto do DNA) decodificado.
Os dados sobre o material genético da espécie estão em artigo na revista científica britânica "Nature". Apropriadamente, considerando que se trata de uma espécie matriarcal, o DNA usado no estudo foi "doado" por uma fêmea chamada Ulindi, que vive num zoológico da cidade alemã de Leipzig.
Michael Seres/Divulgação
Fêmea de bonobo Ulindi, cujo genoma foi sequenciado por cientistas alemães
Fêmea de bonobo Ulindi, cujo genoma foi sequenciado por cientistas alemães
A pesquisa foi coordenada por Kay Prüfer e seus colegas do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha. Os bonobos são a última espécie viva de grande macaco (grupo que inclui o homem e os primatas mais aparentados a ele) a ter seu DNA "soletrado" -- antes deles, além do próprio ser humano, os cientistas também já haviam obtido sequências bastante completas do genoma de chimpanzés comuns, gorilas e orangotangos.
A esperança dos cientistas é comparar essa multidão de dados para entender como cada espécie evoluiu e lançar luz sobre as características genéticas que nos tornaram humanos. O interesse pelos bonobos se justifica porque sua sociedade relativamente "do bem" é um contraponto mais do que bem-vindo aos chimpanzés comuns e aos próprios humanos.
Além do histórico de guerras e depredações do Homo sapiens, os próprios chimpanzés não primam pelo pacifismo, com casos reconhecidos de infanticídio, "raides" (guerras de pequena escala, similares às de caçadores-coletores humanos) e feroz disputa pelo poder entre machos. É difícil dizer categoricamente que tais coisas inexistem entre bonobos, até porque a espécie é relativamente pouco estudada na natureza, mas tudo indica que a frequência delas é muito menor.
Parte da explicação para isso talvez esteja justamente no uso constante do sexo como "diluidor" de tensões sociais e ferramenta para cimentar alianças, especialmente entre fêmeas. Sim: dotadas de clitóris extremamente avantajados, elas se entregam a relações homossexuais conhecidas informalmente como "hoka-hoka" e tecnicamente como "esfregamento gênito-genital". Machos também fazem sexo entre si com alguma frequência, e até filhotes entram na dança.
LIVRO ABERTO
Apesar do genoma decifrado, ainda é muito cedo para dizer como essas tendências emergiram e se há algum impacto delas na evolução humana, já que aparentemente estamos no meio do caminho entre bonobos e chimpanzés em termos de agressividade.
As primeiras pistas vindas do genoma, no entanto, indicam que 3% do total do nosso DNA é mais parecido com o dos chimpanzés ou o dos bonobos do que o DNA de cada um dos macacos se parece com o do outro primata não humano. E o mesmo vale para ao menos algum trecho de 25% dos nossos genes.
Curiosamente, a comparação dos três genomas -- de chimpanzé, de bonobo e o humano -- indica que todas as espécies sofreram a influência de pedaços móveis de DNA, os quais "saltam" de um trecho a outro do genoma, que tiveram efeito sobre o desenvolvimento dos neurônios. Especula-se que a evolução da complexidade do cérebro tenha a ver com esses "genes saltadores".
A pesquisa também indica que a separação entre bonobos e chimpanzés é muito recente em termos evolutivos: "só" 1 milhão de anos (para comparação, nós nos separamos da linhagem que daria origem às duas espécies há 6 milhões de anos).
Outro dado interessante, calculado com base na diversidade genética da espécie, indica que, ao longo da evolução dos bonobos, para cada macho que conseguia se reproduzir, duas fêmeas conseguiam deixar descendentes -- sinal, claro, de que alguns machos estavam se saindo melhor no jogo reprodutivo.

segunda-feira, 11 de junho de 2012


Certos tipos de flores servem de 'velcro' para abelhas

Fonte: Folha.com
Autor: The New York times

Assunto: Ecologia - Interações plantas e insetos


The New York Times
Há muito tempo os cientistas sabem que as pétalas da maioria das plantas com flores (angiospermas) possuem células de formato cônico que não são encontradas em nenhuma outra parte da planta.
Pesquisadores agora relatam que essas células funcionam como uma superfície de velcro à qual as abelhas polinizadoras aderem.
Esta característica é particularmente útil no momento em que o vento começa a soprar com mais força.
"A abelha possui garras afiadas nas patas e conseguem se fixar nos espaços entre as células", explicou Beverley Glover, botânica da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e uma das autoras do novo estudo, publicado no jornal "Functional Ecology".
Eles colocaram as abelhas em gaiolas e estudaram o seu comportamento com as petúnias que possuem células cônicas e com petúnias mutantes cujas células são mais planas.
No início, as abelhas demonstraram apenas uma pequena preferência pelas flores com células cônicas.
Mas os pesquisadores lembraram que as flores ficam sobre talos e elas balançam com o vento. Assim, para simular a mesma situação, eles colocaram as flores sobre uma plataforma vibratória.
Quanto mais essa plataforma vibrava, mais as abelhas pareciam preferir as petúnias com células cônicas.
Aproximadamente 20% das angiospermas não possuem células cônicas em absoluto. Por isso, Glover pretende estudar em breve a relação entre estas flores e abelhas e outros insetos.

domingo, 3 de junho de 2012


Cientistas fazem rato com lesão na coluna voltar a andar e até subir escadas


Fonte: Folha.com (Com informações da Associated Press)
Link: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1098684-cientistas-fazem-rato-com-lesao-na-coluna-voltar-a-andar-e-ate-subir-escadas.shtml
Assunto: Neurociências



Cientistas de um laboratório na Suíça conseguiram fazer com que ratos com lesões na coluna vertebral voltassem a andar e até subir escadas.
A demonstração, resultado de um experimento publicado no periódico científico "Science", foi feita em um laboratório na Suíça.
No experimento, os pesquisadores estimularam eletrodos implantados nos nervos espinhais dos ratos com eletricidade e uma mistura química.
Associated Press
Ratos com lesões na coluna vertebral voltam a caminhar em experimento
Ratos com lesões na coluna vertebral voltam a caminhar em experimento
Os animais foram então colocados em um dispositivo onde conseguiriam tocar o chão apenas com as pernas traseiras.
Os primeiros passos dos ratinhos foram obtidos cerca de duas a três semanas depois do início do treinamento.
"Esse tratamento não vai curar lesões na coluna vertebral, mas pode algum dia ajudar pacientes a recuperar algumas habilidades de locomoção", afirmou Gregoire Courtine, líder da pesquisa.
Mas o cientista, somente quando os estudos forem feitos em humanos é que essa técnica poderá mostrar o quanto é benéfica.
Veja o vídeo do experimento (em inglês) abaixo.

sábado, 2 de junho de 2012


Atividades com os fungos
1)      A classificação dos fungos ainda gera discussões entre os micologistas. Até 1969, os fungos eram incluídos no reino vegetal, porém novos permitiram que fossem considerados em um reino à parte. Explique por que os fungos não podem ser classificados como plantas.

Resposta: não sintetizam clorofila, maioria não tem celulose na sua parede celular (exceto alguns fungos aquáticos) a parede é de quitina e não armazenam amido como substância de reserva.




3)      Os fungos podem desenvolver-se sobre inúmeros tipos de alimento, formando estruturas visíveis a olho nu, conhecidas como bolores ou mofos. Observem a imagem.

Fonte: http://dan-poucodetudo.blogspot.com.br/2011/08/pao-de-133-anos.html
a.       Qual das formas de nutrição existentes no reino Fungo explica melhor a imagem observada? Decomposição
b.      Qual a importância desse modo de vida para os ecossistemas? Ciclagem de nutrientes
c.       Dos filos estudados, qual possui representantes que, caracteristicamente, formam os bolores do pão? Zygomicetos  De forma geral como os fungos absorvem seus nutrientes? Eles soltam ao seu redor uma substância chamada exoenzima, que é praticamente igual à uma enzima digestiva. Essas enzimas digerem moléculas organicas do ambiente, e então o fungo absorve o seu alimento que foi digerido pelas exoenzimas.

4)      Esquematize no seu caderno o padrão geral do ciclo de vida dos fungos. Em seu esquema, indique quais são as etapas haplóides e quais são as diplóides.

 Fonte: http://www.biologia.blogger.com.br/
5)      Em um experimento, o pesquisador observou a taxa de crescimento de uma planta isolada e depois a taxa de crescimento da mesma espécie de planta com fungos associados às suas raízes.
a.       Cite um tipo de mutualismo entre raízes de plantas e fungos. Micorriza
b.      Esboce um gráfico que represente as taxas de crescimento da planta isolada e da planta com fungos associados.

6)      Ao analisar o terreno no qual gostaria de plantar espécies vegetais frutíferas, um agricultor constatou que o solo em questão era muito arenoso, fazendo com que água da chuva levasse grande parte de seus nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, para riachos da região. O agricultor, então, fez uso de uma técnica que envolve a presença de fungos simbiontes.
A estratégia utilizada pelo agricultor foi bem sucedida em melhorar a qualidade do solo? Justifique sua resposta. Sim, porque os fungos ajudam as plantas na obtenção dos nutrientes antes das chuvas.

7)      Em uma aula prática de biologia, João fotografou o tronco de uma árvore.
a.       Que associação biológica pode ser identificada sobre o tronco da árvore? Liquens
b.      Como os organismos que constituem essa associação interagem?
A alga é responsável pela produção de alimento orgânico e a realização da fotossíntese. O fungo adequa-se ao ambiente, conservando a água que absorve para o desenvolvimento da alga.

8)      As leveduras podem viver tanto na presença quanto na ausência do gás oxigênio.
a.       Que processos de obtenção de energia as leveduras realizam em cada uma dessas situações?
Na ausência de oxigênio livre as leveduras realizam a fermentação alcoólica (respiração anaeróbia). Na presença deste gás realizam a respiração aeróbia.
b.      Em qual das situações a atividade metabólica das leveduras é mais alta? Por quê?
A atividade metabólica é maior quando realizam a respiração aeróbia porque o rendimento energético é maior do que na fermentação.

9)      Por que os fungos não devem ser classificados como plantas? Idem questão 1

10)   Cite alguns benefícios e prejuízos causados pelos fungos ao homem.
Alimentos e bebidas, antibiótico / micoses, doenças como a histoplasmose e prejuízos agrícolas.

11)   Como é que o corpo do fungo consegue se espalhar pelo ambiente?
Através da produção de hifas e geralmente na forma de círculos.

12)   Como é o corpo do fungo pluricelular?
Fonte: http://camisadoze.futblog.com.br/71052/REINO-DOS-FUNGOS/

13)   Dê exemplo de fungo zigomiceto. “Bolor do Pão”


14)   Cite dois exemplos de ascomicetos e explique como é feita a reprodução assexuada desses fungos. Aqueles fungos que estão presente nos queijos camambert, gorgonzola e roque fort e trufas.


15)   Qual a utilidade do levedo para o homem? Produção de bebidas alcoólicas e pão

16)   Nos sistemas mais antigos de classificação biológica os fungos e as plantas pertenciam ao mesmo reino, o que atualmente não mais ocorre.  Cite três características que justifiquem a retirada dos fungos do reino vegetal.
Não fazem fotossíntese (Falta de cloroplastos)
Parede celular de quitina (não possuem celulose)
Reserva alimentar na forma de glicogênio (não de amido) como nos animais
17)   O mofo que ataca os alimentos, os cogumelos comestíveis e o fermento de fazer o pão são formados por organismos que pertencem ao Reino Fungi. Com relação a esse grupo indique a(s) proposição(ões) verdadeira(s):

01) São organismos eucariontes, unicelulares ou pluricelulares autotróficos facultativos.
02) O material nutritivo de reserva é o glicogênio.
04) Em função da nutrição heterótrofa, esses seres podem viver em mutualismo, em saprobiose ou em parasitismo.
08) Alguns fungos são utilizados na obtenção de medicamentos.
16) Nutrem-se por digestão extracorpórea, isto é, liberam enzimas digestivas no ambiente, que fragmentam macromoléculas em moléculas menores, permitindo sua absorção pelo organismo.
32) Na alimentação humana são utilizados, por exemplo, na fabricação de queijos, como o roquefort e o gorgonzola.
64) Reproduzem-se, apenas, assexuadamente por meio de esporos, formados em estruturas denominadas esporângios, ascos e basídios.  

Dê como resposta a soma dos números associados às proposições corretas.
18)   Sobre os fungos, assinale o que for correto.
1.       Os fungos são organismos uni ou pluricelulares, aclorofilados, com parede celular e sua reprodução normalmente envolve esporos, como ocorre entre algumas plantas. Armazenam glicogênio e, como os animais, apresentam nutrição heterótrofa. Em virtude de suas peculiaridades, são enquadrados num reino exclusivo: o reino Fungi.
2.       Na agricultura, são bastante reconhecidas as doenças causadas por fungos em plantas cultivadas como: arroz, milho, feijão, batata, tomate, café, algodão e outras. Entre tantos exemplos pode-se citar o fungo  Hemileia vastatrix, causador da ferrugem do café, doença que dizimou grande parte dos cafezais brasileiros na década de 70.
3.       Na fabricação do álcool e de bebidas alcoólicas como o vinho e a cerveja, é fundamental a participação dos fungos da espécie Aspergillus flavus, que realizam fermentação alcoólica, convertendo açúcar em álcool etílico. Esses fungos, conhecidos como leveduras, são anaeróbios que realizam apenas fermentação como forma de obtenção de energia.
4.       Na espécie humana são conhecidas diversas micoses, que são doenças causadas por fungos. Entre elas consideram-se o "sapinho" ou a candidíase, causada pelo fungo  Candida albicans e a "frieira" ou pé-de-atleta, provocada pelo fungo  Tinea pedis.
5.       Existem fungos aliados dos interesses humanos na agricultura. É o caso do  Metarhizuim anisopliae, um fungo usado como controle biológico no combate aos seres nocivos às plantações, como besouros, cigarrinhas e outros insetos.

19)   Faça uma representação gráfica (desenho) de um fungo basidiomiceto com suas estruturas anatômicas interna e externa.

Fonte: http://www.br-business.com.br/port/fungos.htm 

Fonte:http://camisadoze.futblog.com.br/71052/REINO-DOS-FUNGOS/

segunda-feira, 28 de maio de 2012


Mudanças no texto do Código Florestal são publicadas no 'Diário Oficial'
Fonte: Folha.com

A presidente Dilma Rousseff publicou nesta segunda-feira no "Diário Oficial da União" o texto do novo Código Florestal brasileiro, com 12 vetos à proposta que elaborada pelo Congresso.
Na mesma edição, publicou a Medida Provisória n° 571/2012, que preenche as lacunas legais deixadas pelo veto e restaura, mas de forma mais favorável ao agronegócio e ao setor imobiliário, o texto do código elaborado pelo Senado Federal e posteriormente alterado pela Câmara.
Foram vetados cinco artigos inteiros e sete parágrafos.
As principais supressões são o artigo 1°, que dava ao código (uma lei ambiental em sua origem) um caráter de mero disciplinador de atividades rurais; e o artigo 61, que na versão da Câmara anistiava desmatamentos ilegais feitos em área de preservação permanente, como informaram os quatro ministros destacados por Dilma para explicar os vetos à imprensa na última sexta-feira.
Em seus lugares foram reinseridos, respectivamente: o artigo 1° do Senado, que estabelece como fundamento da lei a "proteção e uso sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa em harmonia com a promoção do desenvolvimento econômico"; e uma nova formulação para a polêmica questão da recomposição de áreas de preservação permanente ripárias (as chamadas matas ciliares) desmatadas.
Trata-se daquilo que o governo batizou de "escadinha", ou seja, a determinação de que a recomposição dessas APPs (áreas de proteção ambiental) será proporcional à largura do rio e à área da propriedade.
Os chamados minifúndios, ou seja, áreas com até 1 módulo fiscal (a medida média do módulo no país é 20 hectares), serão obrigados a recompor somente 5 metros de APP em rios de até 10 metros de largura; já para as médias e grandes propriedades (acima de 10 módulos fiscais) a recomposição mínima será de 30 metros em cada margem.
A MP 571 devolve, ainda, as provisões do Senado de proteção às veredas (uma faixa de proteção de 50 metros), às nascentes e olhos d'água (idem) e a definição de pousio (interrupção por cinco anos do uso de uma terra).
O texto elaborado pela Câmara não impunha limites ao pousio, o que poderia em tese permitir o desmatamento de florestas secundárias que o proprietário qualificasse como "em pousio".
O capítulo do texto do Senado que tratava dos manguezais também foi restaurado; a Câmara, ao eliminá-lo, permitia criação de camarão e extração de sal sem limites nos chamados apicuns e salgados, partes do manguezal sem vegetação e que até a reforma do código eram integralmente protegidos.
A MP determina que só 10% dos apicuns e salgados nos Estados da Amazônia e 35% nos outros Estados do país possam ser ocupados --uma concessão feita já no Senado aos parlamentares do Nordeste.
A MP devolve, ainda, a previsão de corte de crédito após cinco anos para os proprietários que não comprovarem regularidade ambiental, e a possibilidade de o presidente da República, governadores e prefeitos endurecerem as regras de preservação para as bacias hidrográficas criticamente ameaçadas (um aceno ao PSDB, já que esse dispositivo é de autoria do senador tucano Aloysio Nunes).
Ela é mais branda que o código do Senado em pelo menos dois pontos: não reestabelece a competência exclusiva do Ibama para licenciar desmatamentos em locais que contenham espécies ameaçadas; e mantém o veto da Câmara à previsão dos senadores de que expansões urbanas tivessem um mínimo de 20 metros quadrados de área verde por habitante. A derrubada desse dispositivo na Câmara foi exigência da indústria da construção civil, grande doadora de campanhas, e de deputados do próprio PT.
Editoria de Arte/Folhapress
VETOS
Veja o detalhamento das alterações no texto do Código Florestal aprovados por Dilma Rousseff. Foram vetados os seguintes pontos:
- artigo 1º
- no artigo 3º, o inciso XI
- no artigo 4º, os parágrafos 3º, 7º e 8º
- no artigo 5º, o parágrafo 3º
- no artigo 26º, os parágrafos 1º e 2º
- o artigo 43
- o artigo 61
- o artigo 76
- o artigo 77

ARTIGO 1º
De acordo com o Diário Oficial, o artigo 1º foi vetado pela presidente porque o texto não indica com precisão os parâmetros que norteiam a interpretação e a aplicação da Lei. Ao vetá-lo, a presidente Dilma explica que está sendo enviada uma MP ao Congresso que "corrige esta falha e enumera os princípios gerais da lei".

INCISO XI do artigo 3
Trata sobre o conceito de "pousio". De acordo com o D.O.U, o veto se justifica porque o conceito de pousio aprovado não estabelece limites temporais ou territoriais para a sua prática, o que, segundo o governo, "não é compatível com o avanço das técnicas disponíveis para a manutenção e a recuperação da fertilidade dos solos". O governo diz ainda que a ausência desses limites "torna possível que um imóvel ou uma área rural permaneça em regime de pousio indefinidamente, o que impediria a efetiva fiscalização quanto ao cumprimento da legislação ambiental e da função social da propriedade."

Parágrafo 3º do artigo 4
De acordo com o governo, este dispositivo deixava os apicuns e salgados sem "qualquer proteção contra intervenções indevidas". O texto também excluía "a proteção jurídica dos sistemas úmidos preservados por normas internacionais subscritas pelo Brasil, como a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional". A justificativa do veto diz ainda que por sua relevância ambiental, [os apicuns e salgados] merecem tratamento jurídico específico, que "concilie eventuais intervenções com parâmetros que assegurem sua preservação."

Parágrafos 7º e 8º do artigo 4
O governo definiu estes dispositivos, que tratavam sobre a definição da largura da faixa de passagem de inundação, como um "grave retrocesso à luz da legislação", porque dispensavam a necessidade de critérios mínimos de proteção. O governo afirma que estes critério mínimos são "essenciais para prevenção de desastres naturais e proteção da infraestrutura". O texto vetado permitia que essas definições fossem estabelecidas pelos planos diretores e leis municipais de uso do solo, ouvidos os conselhos estaduais e municipais de meio ambiente.

Parágrafo 3º do artigo 5º
De acordo com o governo, o texto trazia disposições sobre o conteúdo do "Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial", e isto engessava sua aplicação. Conforme o governo, o veto não impede que o tema seja regulado por órgãos competentes.

Parágrafos 1º e 2º do artigo 26
O artigo 26 trata sobre a "supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo", ou seja quais áreas de preservação poderiam ser desmatadas de forma legal para uso alternativo do solo, como a atividade agropecuária. Para o governo, os parágrafos vetados tratam este assunto "de forma parcial e incompleta". Segundo o texto publicado no D.O.U., o tema já é disciplinado pela Lei Complementar 140, de 08 de dezembro de 2011.

Artigo 43
Este trecho dizia que os concessionários de serviços de abastecimento de água e de geração de energia elétrica tinham o dever de "recuperar, manter e preservar as áreas de preservação permanente de toda a bacia hidrográfica em que se localiza o empreendimento". O governo considerou que esta era uma obrigação "desproporcional e desarrazoada, particularmente em virtude das dimensões das bacias hidrográficas brasileiras". O governo diz ainda que o dispositivo "contraria o interesse público, uma vez que ocasionaria um enorme custo adicional às atividades de abastecimento de água e geração de energia elétrica no país".

Artigo 61
Este artigo trata sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs). O governo diz que o texto é "impreciso e vago", e contraria o interesse público, causando "grande insegurança jurídica quanto à sua aplicação". A presidente Dilma diz ainda que o dispositivo "parece conceder uma ampla anistia aos que descumpriram a legislação que regula as áreas de preservação permanente até 22 de julho de 2008, de forma desproporcional e inadequada". O texto afirma que se fosse aprovado "eliminaria a possibilidade de recomposição de uma porção relevante da vegetação do país".

O governo também criticou o fato de o texto incluir apenas regras para recomposição de vegetação "ao largo de cursos d´água de até dez metros de largura", e não tratar sobre rios de outras dimensões e outras áreas de preservação permanente. O governo afirma ainda que o artigo 61 deixava para os produtores rurais brasileiros uma grande incerteza "quanto ao que pode ser exigido deles no futuro em termos de recomposição".
A presidente Dilma também criticou a ausência de "parâmetros ambientais com critérios sociais e produtivos" e diz que esta perspectiva "ignora a desigual realidade fundiária brasileira".
Artigo 76
Este artigo determinava que o Poder Executivo deveria enviar, no prazo de três anos, ao Congresso Nacional projetos de lei sobre os biomas da Amazônia, do Cerrado, da Caatinga, do Pantanal e do Pampa. De acordo com a justificativa publicada no D.O.U., o texto fere o princípio da separação dos Poderes porque firmava um "prazo para que o Chefe do Poder Executivo encaminhe ao Congresso Nacional proposição legislativa."

Artigo 77
O governo considerou que este artigo trazia insegurança jurídica para empreendedores públicos e privados porque se referia a uma proposta de 'Diretrizes de Ocupação do Imóvel, nos termos desta Lei' --sem que houvesse ao longo de todo o projeto do Código Florestal a definição "desse instrumento e de seu conteúdo".