segunda-feira, 30 de julho de 2012


Droga pode desmascarar HIV escondido em células humanas

Por: Rafael Garcia
Fonte: Folha.com


Uma droga que normalmente é usada contra o câncer conseguiu ajudar pacientes infectados pelo HIV a combater um dos problemas que mais desafiam cientistas na busca de uma cura para a Aids: a habilidade do vírus de ficar quieto e se "esconder".
O resultado do teste do medicamento, o vorinostat, foi apresentado hoje por pesquisadores da Universidade de Carolina do Norte na Conferência Internacional da Aids, realizada em Washington.
Oito pacientes virtualmente "curados" pela terapia antirretroviral, já usada rotineiramente contra o vírus da Aids, tomaram uma dose da droga anticâncer e descobriram que, na verdade, ainda tinham o HIV em estado latente em algumas células.
Editoria de Arte/Folhapress
Esse estado inerte do vírus já era conhecido dos cientistas. É justamente essa habilidade do HIV que impede os medicamentos disponíveis de eliminarem a infecção de vez.
Quando o vírus se aloja dentro de uma célula do sistema imune e deixa de usar seu material genético para fazer proteínas, os remédios antirretrovirais não conseguem atingi-lo. Tirar o paciente da terapia, porém, é perigoso, pois o vírus latente sempre pode se reativar mais tarde.
SEM SOSSEGO
Por isso os soropositivos precisam sempre fazer exames para medir a carga de vírus em seu sangue, mesmo que tenham se livrado da maior parte da infecção.
O vorinostat "obrigou" os vírus escondidos a começarem a produzir cópias de trechos de seu material genético, que é formado por RNA, e não por DNA. Isso parece ter alertado células de defesa do organismo, que teriam destruído as células infectadas.
Segundo David Margolis, médico que liderou o estudo, isso pode ser o primeiro passo para atingir uma cura real. O efeito verificado com o primeiro teste do vorinostat, porém, foi muito sutil, porque os cientistas usaram apenas duas doses pequenas da droga (200 mg e 400 mg), que é bastante tóxica.
"Agora precisamos investigar isso em um estudo com doses múltiplas ou, no futuro, com drogas melhores que façam a mesma coisa", diz.
Margolis detalha os resultados do teste em um estudo na revista "Nature". Em outro artigo na mesma edição, Steven Deek, infectologista da Universidade da Califórnia em San Francisco, comenta a descoberta.
"O estudo é a primeira evidência de que talvez seja possível atingir a cura assim", afirma, apesar de questionar se as células sequestradas pelo vírus inerte serão mesmo eliminadas pelo organismo.
Deek também se diz preocupado com a possível necessidade de usar grandes doses da droga para obter algum efeito, pois ela é tóxica.
Margolis, porém, acha improvável que as doses em uma eventual terapia para desentocar o HIV precisem ser tão altas quanto as do tratamento de câncer. Para ele, será preciso até evitar que o remédio não seja muito usado.
"Pode ser que aumentar muito a expressão do RNA viral seja ruim, porque aí ocorreria um novo espalhamento da infecção, em vez de a droga apenas desentocar os vírus escondidos", diz.

terça-feira, 24 de julho de 2012


Estudo revela mecanismo que faz câncer se espalhar


Por: Reinaldo José Lopes
Fonte: Folha.com


Uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo brasileiros do Hospital A.C. Camargo (SP), pode ter dado um passo importante para bloquear o insidioso processo por meio do qual o câncer se espalha pelo organismo.
Eles mostraram que uma espécie de bolha microscópica, que lembra uma "minicélula", é capaz de carregar as sementes de um novo tumor para partes distantes do corpo, preparando essas áreas para receber a doença.
Editoria de Arte/Folhapress
Se for possível bloquear a ação dessas "bolhas", os médicos teriam em mãos uma defesa importante contra a metástase, como é conhecido o espalhamento do câncer pelo organismo do doente.
A quantidade e o conteúdo das "minicélulas" também poderiam trazer pistas importantes sobre a gravidade de determinado câncer e sobre a resistência do tumor a medicamentos, explica a bioquímica Vilma Martins, pesquisadora do A.C. Camargo. "Pode ser uma ferramenta muito poderosa para os oncologistas", afirma ela.
Martins assina um estudo sobre o tema que acaba de ser publicado na revista científica "Nature Medicine". A equipe de cientistas, coordenada por David Lyden, da Faculdade Médica Weill Cornell, em Nova York, identificou sinais intrigantes do papel das "bolhas" -conhecidas tecnicamente como exossomos- num câncer que costuma afetar a pele, o melanoma.

UM CORPO QUE SAI
Os termos gregos que formam a palavra "exossomo" podem ser traduzidos exatamente da maneira acima: "um corpo que sai" da célula, como uma espécie de mensageiro, de acordo com o que pesquisas recentes mostram. "É uma área de pesquisa bastante nova", diz Martins.
Os exossomos se formam no interior das células e apresentam uma membrana composta por uma camada dupla de gordura -exatamente como a membrana das células "verdadeiras" (veja quadro).
Em seu interior, podem carregar vários tipos de molécula, inclusive material genético. Atravessam com facilidade a membrana das células e levam essa carga para outras células. "Parece um método eficiente de sinalização celular", explica Martins.
O problema é que, como mostrou o trabalho da bioquímica e seus colegas, essa sinalização pode ser facilmente usada para o mal. Em pessoas com melanoma, por exemplo, os exossomos produzidos carregam uma quantidade maior de proteínas ligadas ao câncer quando o tumor da pessoa é mais grave.
Quando injetadas em camundongos junto com células tumorais, as "minicélulas" facilitaram a formação de tumores, carregando substâncias que ajudam a recrutar células formadoras de vasos sanguíneos.
É que os cientistas apelidam de "criação de nicho" para o tumor: um local cheio de nutrientes trazidos pelos vasos para que o vilão possa crescer. E os vasos também ficam mais permeáveis -o que facilitaria a penetração das células tumorais. O desafio, agora, é aprender a bloquear o processo.

quinta-feira, 12 de julho de 2012


Grupo traça perfil genético do povoamento das Américas


Fonte: Folha.com

Por: REINALDO JOSÉ LOPES



O mais detalhado retrato da diversidade genética dos indígenas americanos até agora sugere que três migrações distintas foram responsáveis por povoar as Américas antes de Colombo.
A pesquisa que aponta nessa direção está na prestigiosa revista científica "Nature" e teve colaboração de quatro brasileiros, entre eles Tábita Hünemeier e Maria Cátira Bortolini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Jefferson Rudy/Folhapress
Quarup, cerimônia intertribal realizada no Xingu em homenagem aos mortos no Parque Indígena do Xingu (Jefferson Rudy/Folhapress)
Quarup, cerimônia intertribal realizada no Xingu em homenagem aos mortos no Parque Indígena do Xingu (Jefferson Rudy/Folhapress)
Os cientistas analisaram quase 400 mil variantes de uma única "letra" química do DNA, a partir de amostras do genoma de 52 povos nativos, entre eles caingangues e suruís do Brasil, por exemplo.
A comparação dessas variantes nos indígenas com as versões de outros povos do mundo permitiu mostrar que, conforme o esperado, a maior parte do genoma dos nativos das Américas foi legado por imigrantes vindos da Sibéria, há pelo menos 15 mil anos.
No entanto, os esquimós e outros povos do Ártico parecem ter herdado cerca de 50% de seu DNA de outra onda, mais recente, vinda da Ásia. E um povo canadense, os chipewyan, derivam 10% de seu genoma de uma terceira onda, estimam os cientistas.
Em entrevista à revista "Pesquisa Fapesp", Tábita disse que os dados deverão inspirar estudos sobre o povoamento da Amazônia, por exemplo. (reinaldo josé lopes)

domingo, 24 de junho de 2012


Desmate na mata atlântica cai 58%; restam 7,9% da área original


Se a mata atlântica tem inimigos, boa parte deles está em Minas Gerais. Cerca de metade dos 13,3 mil hectares desmatados nesse bioma em 2011 está em terras mineiras.
Os dados são do "Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica", divulgado ontem pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O desmate total na região da mata atlântica --vegetação de florestas, de mangues e de restingas (cobertura vegetal rasteira próxima ao mar) que aparece em 17 Estados do país-- equivale a mais de 13 mil campos de futebol.
Além do destaque para Minas (com 6.339 hectares a menos), há também a Bahia (4.493 hectares).
O número total caiu 58% em relação ao levantamento de 2010, quando o desmate atingiu 31,19 mil hectares.
A queda foi mais acentuada no Sul e Sudeste do país.
São Paulo, por exemplo, teve 216 hectares a menos de cobertura vegetal em 2011 --o que é metade do desmate detectado no ano anterior.
Mas há poucos motivos para comemorar. "A maior parte do desmate em São Paulo está justamente onde fica a maior parte do que sobrou da mata atlântica, como no Vale do Ribeira", alertou Marcia Hirota, diretora de gestão do conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica.
É lá que fica, por exemplo, Sete Barras, município recordista na redução da cobertura, com 33 hectares a menos.
"Além disso, mudanças na legislação, como o novo Código Florestal, podem acelerar o desmatamento", disse Mario Mantovani, diretor de mobilização da SOS.
Hoje, a mata atlântica conta com apenas 7,9% da sua área original. Com otimismo, ou seja, considerando resquícios isolados de mata atlântica com mais de três hectares, o número chega a 13,32%.
A ideia, de acordo com Mantovani, é acompanhar de maneira ainda mais detalhada a evolução da cobertura vegetal depois da mudança do Código Florestal, vetado só em parte por Dilma.
"Vamos ver por satélite os impactos da mudança na lei."

CINCO PIORES
Entre os cinco municípios que mais desmataram, três são de Minas Gerais. Eles compõem o que os analistas chamaram de "Triângulo do Desmatamento" (em alusão ao Triângulo Mineiro) e estão na região nordeste do Estado.
Águas Vermelhas, uma das pontas do triângulo, foi a recordista, com 1.367 hectares de vegetação cortada.
De acordo com Mantovani, um dos motivos que tem alimentado o desmate na região é a produção de carvão.
Outro problema, segundo ele, é o fato de o Estado ter retirado a proteção à chamada mata seca, uma das subdivisões da mata atlântica. Isso teria aberto a porteira para mais desmates.
O levantamento do atlas cobriu 93% da área do bioma (basicamente o que não estava coberto por nuvens).
A ideia agora é disponibilizar os dados para avaliação de governos e dos Ministérios Públicos dos Estados.

Estudo revela como insetos minúsculos sobrevivem à chuva


O corpo minúsculo e extremamente leve do mosquito cumpre papel chave para a sobrevivência do inseto quando voa na chuva, segundo cientistas americanos.
A equipe, do Georgia Institute of Technology, na Georgia, Estados Unidos, filmou colisões entre insetos e gotas de chuva.
O filme mostrou que seus corpos oferecem tão pouca resistência que, em vez de a gota de água parar repentinamente, o mosquito simplesmente 'pega carona' na gota e os dois continuam a cair juntos.
Os pesquisadores descrevem sua investigação na revista científica "Proceedings of the National Academy of Science".
Além de ajudar a explicar como insetos sobrevivem em ambientes molhados, o estudo pode, no futuro, ajudar pesquisadores a projetar minúsculos robôs voadores que são tão impermeáveis aos elementos quanto os insetos.
"Espero que isso faça as pessoas pensarem sobre a chuva de forma um pouco diferente", disse o líder da equipe, David Hu.
Georgia Tech /BBC
Pequenos insetos são capazes de sobreviver ao impacto com gotas de chuva, segundo experimento
Pequenos insetos são capazes de sobreviver ao impacto com gotas de chuva, segundo experimento

"Se você é pequeno, ela pode ser muito perigosa. Mas parece que esses mosquitos são tão pequenos que estão seguros".

TAI CHI
Hu quer entender todos os "truques" que insetos minúsculos usam para sobreviver.
Após várias tentativas do que ele descreve como o jogo de dardos mais difícil da história, ele e seus colegas conseguiram atingir mosquitos voadores com gotas de água e filmar o resultado.
Cada gota tinha entre duas e 50 vezes o peso de um mosquito, então o que os cientistas viram os deixou surpresos.
Descrevendo os resultados, Hu citou a arte marcial chinesa Tai Chi.
"Existe a filosofia de que se você não resiste à força do seu oponente, você não vai senti-la", ele explicou.
"É por isso que eles não sentem a força, simplesmente se unem à gota, (os dois) tornam-se um e viajam juntos".
Quando um objeto em movimento se choca contra outro, a interrupção repentina do movimento produz a força destruidora. Por exemplo, quando um carro viajando a 50 km por hora atinge uma parede, a parede e o carro têm de absorver toda a energia carregada pelo carro em movimento, provocando estragos.
O truque, para um mosquito, é que ele provoca pouquíssima ou praticamente nenhuma diminuição na velocidade da gota e absorve quase nada de sua energia.
Para o pequenino mosquito, no entanto, o drama não termina quando ele sobrevive à colisão com a gota.
Ele ainda tem de escapar do casulo de água antes dele se arrebente contra o chão, a mais de 32 km por hora.
Nesse ponto, entra em ação uma outra técnica de sobrevivência do inseto: os pelos que cobrem seu corpo são impermeáveis à água.
Todos os mosquitos estudados pela equipe americana conseguiram se separar da gota de água antes de ela atingir o solo.

Calcule a pegada ecológica dos seus deslocamentos
Quase toda atividade do dia a dia contribui para a emissão de gases com efeito estufa na atmosfera. Entre elas os principais vilões são o consumo de produtos importados e a produção de lixo.
As emissões de carbono de uma pessoa comum são relacionadas principalmente ao consumo de eletricidade e combustíveis, por isso, o transporte é um maiores geradores de pegada individual.
A pegada de carbono é uma medida da quantidade de dióxido de carbono (C02) e outros gases com efeito estufa (GEE) que uma pessoa ou atividade produzem. A calculadora abaixo fornece um valor aproximado da sua emissão de carbono referente ao deslocamento. O cálculo, no entanto, deixa de fora o carbono gerado por outras atividades, como alimentação e consumo.
A calculadora não trabalha com dados sobre o consumo e alimentação porque eles são menos exatos. Pouca gente sabe quantos litros de lixo produz por dia ou quantos produtos importados consome, por exemplo.
"As variáveis utilizadas são aquelas que podem ser calculadas com grande precisão pois os fatores de emissão de carbono são bem conhecidos na literatura científica", explica Magno Castelo Branco, presidente da ONG Iniciativa Verde. "Há um consenso de que a queima de um litro de óleo diesel gera 2,68 kg de CO2 e o 1 KWh de eletricidade produzido no Brasil tem um fator de emissão publicado pelo governo brasileiro, que varia conforme o dia", conta.
Algumas calculadoras de carbono incluem variáveis relacionadas ao estilo de vida, como o consumo de alimentos importados e o tipo de carne que a pessoa mais come. Essas variáveis são se grande impacto na pegada de carbono - ao trocar um filé de carne bovina por um filé de frango você emite cinco vezes menos carbono na atmosfera - mas acabam deixando o cálculo caseiro menos exato.

sábado, 16 de junho de 2012



Cientistas decifram genoma do bonobo, o grande macaco 'sexy'



Autor: Reinaldo José Lopes
Fonte: Folha.com

Assunto: Genética; DNA; Comportamento; Símios.
Famoso por viver em uma sociedade relativamente pacífica, dominada pelas fêmeas e na qual o sexo é tão comum quanto bater papo entre humanos, o bonobo ou chimpanzé-pigmeu (Pan paniscus) acaba de ter seu genoma (o conjunto do DNA) decodificado.
Os dados sobre o material genético da espécie estão em artigo na revista científica britânica "Nature". Apropriadamente, considerando que se trata de uma espécie matriarcal, o DNA usado no estudo foi "doado" por uma fêmea chamada Ulindi, que vive num zoológico da cidade alemã de Leipzig.
Michael Seres/Divulgação
Fêmea de bonobo Ulindi, cujo genoma foi sequenciado por cientistas alemães
Fêmea de bonobo Ulindi, cujo genoma foi sequenciado por cientistas alemães
A pesquisa foi coordenada por Kay Prüfer e seus colegas do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha. Os bonobos são a última espécie viva de grande macaco (grupo que inclui o homem e os primatas mais aparentados a ele) a ter seu DNA "soletrado" -- antes deles, além do próprio ser humano, os cientistas também já haviam obtido sequências bastante completas do genoma de chimpanzés comuns, gorilas e orangotangos.
A esperança dos cientistas é comparar essa multidão de dados para entender como cada espécie evoluiu e lançar luz sobre as características genéticas que nos tornaram humanos. O interesse pelos bonobos se justifica porque sua sociedade relativamente "do bem" é um contraponto mais do que bem-vindo aos chimpanzés comuns e aos próprios humanos.
Além do histórico de guerras e depredações do Homo sapiens, os próprios chimpanzés não primam pelo pacifismo, com casos reconhecidos de infanticídio, "raides" (guerras de pequena escala, similares às de caçadores-coletores humanos) e feroz disputa pelo poder entre machos. É difícil dizer categoricamente que tais coisas inexistem entre bonobos, até porque a espécie é relativamente pouco estudada na natureza, mas tudo indica que a frequência delas é muito menor.
Parte da explicação para isso talvez esteja justamente no uso constante do sexo como "diluidor" de tensões sociais e ferramenta para cimentar alianças, especialmente entre fêmeas. Sim: dotadas de clitóris extremamente avantajados, elas se entregam a relações homossexuais conhecidas informalmente como "hoka-hoka" e tecnicamente como "esfregamento gênito-genital". Machos também fazem sexo entre si com alguma frequência, e até filhotes entram na dança.
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Apesar do genoma decifrado, ainda é muito cedo para dizer como essas tendências emergiram e se há algum impacto delas na evolução humana, já que aparentemente estamos no meio do caminho entre bonobos e chimpanzés em termos de agressividade.
As primeiras pistas vindas do genoma, no entanto, indicam que 3% do total do nosso DNA é mais parecido com o dos chimpanzés ou o dos bonobos do que o DNA de cada um dos macacos se parece com o do outro primata não humano. E o mesmo vale para ao menos algum trecho de 25% dos nossos genes.
Curiosamente, a comparação dos três genomas -- de chimpanzé, de bonobo e o humano -- indica que todas as espécies sofreram a influência de pedaços móveis de DNA, os quais "saltam" de um trecho a outro do genoma, que tiveram efeito sobre o desenvolvimento dos neurônios. Especula-se que a evolução da complexidade do cérebro tenha a ver com esses "genes saltadores".
A pesquisa também indica que a separação entre bonobos e chimpanzés é muito recente em termos evolutivos: "só" 1 milhão de anos (para comparação, nós nos separamos da linhagem que daria origem às duas espécies há 6 milhões de anos).
Outro dado interessante, calculado com base na diversidade genética da espécie, indica que, ao longo da evolução dos bonobos, para cada macho que conseguia se reproduzir, duas fêmeas conseguiam deixar descendentes -- sinal, claro, de que alguns machos estavam se saindo melhor no jogo reprodutivo.